A mão que principia ao alto
o traço. Rápido
antes de saber, surpresa e gosto.
Uma forma se diz, lábio primeiro,
experiência de nada, a língua alteia-se
sobre um fundo vago que desliza.
Um ombro se desenha, perfil do ar.
A força se forma, delicada,
juvenil seta que prolonga e curva,
alvo de um seio esboçado em branco aberto.
Crespa, como um nervo que entesa, aponta
ao círculo cheio que do corpo arroja,
o golfo elástico de uma anca ao braço
rasga entre vagas livres.
O tronco em chama calma, ascende, acende
a cabeça de suaves veias leves.
E a boca sóbria sem muros abre-se ao ar,
de um obscuro centro conjugados arcos
libertam-se em cadeia firme e alta,
sustidos por uma espádua onde se dobram,
e retensos se erguem nomes novos.
O muro interior soprado, toalha de ar,
dança à distância da mão regendo o corpo,
rede viva de veias sem limites
que altos dedos trémulos conduzem
à clara praia onde se lêem linhas.
o traço. Rápido
antes de saber, surpresa e gosto.
Uma forma se diz, lábio primeiro,
experiência de nada, a língua alteia-se
sobre um fundo vago que desliza.
Um ombro se desenha, perfil do ar.
A força se forma, delicada,
juvenil seta que prolonga e curva,
alvo de um seio esboçado em branco aberto.
Crespa, como um nervo que entesa, aponta
ao círculo cheio que do corpo arroja,
o golfo elástico de uma anca ao braço
rasga entre vagas livres.
O tronco em chama calma, ascende, acende
a cabeça de suaves veias leves.
E a boca sóbria sem muros abre-se ao ar,
de um obscuro centro conjugados arcos
libertam-se em cadeia firme e alta,
sustidos por uma espádua onde se dobram,
e retensos se erguem nomes novos.
O muro interior soprado, toalha de ar,
dança à distância da mão regendo o corpo,
rede viva de veias sem limites
que altos dedos trémulos conduzem
à clara praia onde se lêem linhas.
António Ramos Rosa
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