"E era
quando o homem me chamava a desoras
e eu me escondia recatada.
Escorria o tempo no apuro da hora
tudo se recolhia num caído silêncio
que apaziguava o medo e as dores.
O quarto
era o teu beijo de ontem no meu peito crepuscular
Quando dizias o meu nome
soletravas-me, inteirinha, a preto e branco.
Era o quarto um teatro de púrpura
onde alugávamos à semana
a roupa que despíamos
para a última cena."
Teresa Alvarez, "Do Tempo e do Silêncio".
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