Disseram-me um dia destes que era um livro difícil de ler, pois tinha cadeado, ou melhor, código de dez números,alarme, arame farpado...
Não sou difícil de ler...Sou simplesmente um livro por abrir.Mas há que folheá-lo,lê-lo com olhos de ver.
Não se conhece um livro sem o abrir e ler.A capa não basta.
Mas, gosto. Sou um livro.Sou um livro.Difícil ou não sou um livro.
Que mesmo eu tenho dificuldade em abrir.Mas, sei que sou a única que não pode fugir disso.
Eis:
(...)
"Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
E é com minhas ideias que tremo, com a minha consciência de mim,
Com a substância essencial do meu ser abstracto
Que sufoco de incompreensível,
Que me esmago de ultratranscendente,
E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!"
(...)
Álvaro de Campos
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