Estava na sala. O telefone começou a tocar... a minha mãe atendeu.Ouvi: "Meu deus...eu vou já para aí.Não te preocupes eu chamo a ambulância". Ambulância?A minha tia outra vez,numa crise...
Saiu a correr pelas escadas, como se ela tivesse de carregar com os problemas de toda a família nas costas.e eu...eu...cobarde...Ela já anda de rastos.Simplesmente, enrolei-me no cobertor, numa tentativa de não ouvir,para não sentir.Mas, pela janela vi as luzes da ambulância...lembrei-me das situações passadas...Não te levantas?
Esperei pela noite dentro sentada no sofá, como que a pensar:é suficiente para a ajudar.Adormeci. Senti um beijo na face.Era ela..."não vais para a cama, não estás a ficar doente, pois não?"
Foi socorrer a falta de paciência do meu tio, que nem para marcar 112 a teve.E ainda se preocupou comigo...
Não dormi a noite toda...como é que não me mexi, como é que...tenho de acordar cedo para ir trabalhar...tenho de acordar...e não consigo adormecer...tenho de adormecer...e não vou conseguir acordar...fui cobarde...escondi-me como fazem as crianças quando têm medo do escuro...merda,eles têm uma filha,que não se entendam não...a minha mãe é o bombeiro, é o médico das urgências,é o psicólogo...
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