Alguns dias são para viver intensamente. Hoje é um deles. Olho pela janela e observo como sempre faço. Mas, hoje é diferente. Não sei porquê. O sol brilha da mesma maneira. A brisa... A brisa... Não é a mesma. Inspiro... Suspiro...
Aquele ar entra no meu corpo como uma transfusão. Sinto uma renovação. Como se estivesse a bombear energia para todo o meu ser.
Os meus olhos fecham-se. Sinto tudo...
(Relembro momentos que passei, num rasgo de memórias que vieram ao de cima. Não os soube aproveitar.Não. E isso magoa-me. Deixei-os escapar...
E tudo porque não vi aqueles dias, como estou a ver este neste momento.
Abro os meus olhos. Volto a mim. Sou eu. Eu. Eu e o mundo que me abraça. Eu e a minha existência que eu abraço com toda a força.
Pronta para mais um dia.É...Porque estes pequenos, grandes momentos são bons, mas não duram para sempre... Reaalidade...Reaaaalidade...Wake up!
As Memórias Procriam como se Fossem Pessoas Vivas...
(...)"Há pequenas impressões finas como um cabelo e que, uma vez desfeitas na nossa mente, não sabemos aonde elas nos podem levar. Hibernam, por assim dizer, nalgum circuito da memória e um dia saltam para fora, como se acabassem de ser recebidos. Só que, por efeito desse período de gestação profunda, alimentada ao calor do sangue e das aquisições da experiência temperada de cálcio e de ferro e de nitratos, elas aparecem já no estado adulto e prontas a procriar. Porque as memórias procriam como se fossem pessoas vivas(...)".
Agustina Bessa-Luís, "Antes do Degelo"
Aquele ar entra no meu corpo como uma transfusão. Sinto uma renovação. Como se estivesse a bombear energia para todo o meu ser.
Os meus olhos fecham-se. Sinto tudo...
(Relembro momentos que passei, num rasgo de memórias que vieram ao de cima. Não os soube aproveitar.Não. E isso magoa-me. Deixei-os escapar...
E tudo porque não vi aqueles dias, como estou a ver este neste momento.
Abro os meus olhos. Volto a mim. Sou eu. Eu. Eu e o mundo que me abraça. Eu e a minha existência que eu abraço com toda a força.
Pronta para mais um dia.É...Porque estes pequenos, grandes momentos são bons, mas não duram para sempre... Reaalidade...Reaaaalidade...Wake up!
As Memórias Procriam como se Fossem Pessoas Vivas...
(...)"Há pequenas impressões finas como um cabelo e que, uma vez desfeitas na nossa mente, não sabemos aonde elas nos podem levar. Hibernam, por assim dizer, nalgum circuito da memória e um dia saltam para fora, como se acabassem de ser recebidos. Só que, por efeito desse período de gestação profunda, alimentada ao calor do sangue e das aquisições da experiência temperada de cálcio e de ferro e de nitratos, elas aparecem já no estado adulto e prontas a procriar. Porque as memórias procriam como se fossem pessoas vivas(...)".
Agustina Bessa-Luís, "Antes do Degelo"
2 comments:
Em jeito de complemento:
"Vive, dizes, no presente;
Vive só no presente.
Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.
O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.
Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas como cousas.
Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.
Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.
Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma."
Alberto Caeiro
Beijos
Se todos os complementos fossem assim...
Obrigado.
Vá, mais outro complemento:
Porque nunca se diz tudo...
"A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.
Tenho escrito bastantes poemas.
Hei de escrever muitos mais. naturalmente.
Cada poema meu diz isto,
E todos os meus poemas são diferentes,
Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.
(...)
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido".
(...)
Alberto Caeiro
Post a Comment