Sabes...

Não quero de maneira alguma queixar-me, porque no tempo que gasto aqui a escrever isto, está alguém a sofrer.
Todos nós temos momentos na vida de maior gravidade, de maior preocupação, sofrimento, dor...que nos muda por completo.
Todos teremos aquele momento em que os pais serão os filhos, e os filhos os pais. Nunca ninguém espera (não esperava) que seja tão cedo.
(Crescer depressa demais...desde muito pequena).
Penso que não devia dizer isto, mas...
Às vezes sinto-me com 40 anos.Eu que ainda ando à procura do meu caminho...
A cuidar, a dar conselhos, a tomar conta de ti.
Logo agora que precisava dos teus conselhos, junto palavras, num discurso atrapalhado para te fazer sentir melhor. (E eu?)

Sabes, só queria que tudo ficasse bem.
Que ficasse tudo bem.
Tudo bem.

Não gosto de te ver sofrer, porque sofremos todos.

Há coisas que nunca mudam...
E as pessoas então...Podemos transformar, enfeitar tudo o que esbarra nos olhos dos outros, mas a nossa maneira de ser, os nossos tiques, o nosso jeito, a nossa maneira de sorrir, de andar, de falar, de ficar calado, isto esta sempre lá, aqui.
Tenho saudades.Penso que uso muitas vezes esta palavra.Penso que sinto muitas vezes esta palavra.Passar anos sem vos ver, e agora estar convosco é igual, é diferente.Está tudo na mesma.Está tudo diferente.É bom sentir que crescemos, mas é bom ouvir de ti Leninha e sentir-me outra vez pequeninha.É bom saber que nos lembramos uns dos outros.
Vou ali ver as estrelas, respirar ar puro e vou dormir.
Porque há coisas que nunca mudam - eu não sou excepção.Continuo a mesma Leninha de sempre, só que não me dei conta.Ai,Ai,Ai, a tua cabecinha.
E depois com o tempo as coisas mudam...não.Vou esperar mais para ver.Muda-se a paisagem para adaptação.Uns novos edificios e infra-estruturas, mas com alicerces antigos e seguros, enterrados bem fundo.

...porque há sempre uma luz...don´t worry.

...

Porquê pai?Porquê?Porquê?Porquê?
Nós estamos aqui.

Às vezes gostava...não consigo nem desabafar.
Engulo tudo.

Olhos nos olhos...

Não gosto que me olhem durante muito tempo directamente nos olhos.

Baixo logo o olhar. Atrapalho-me. Sinto-me intimidada, encostada à parede. É o sentir-me exposta, nua, transparente. É ter as janelas abertas da minha casa.