Introspecção...

Fazendo uma demorada introspecção, compreendo muita coisa que acontece, compreendo certas atitudes, emoções que tenho tido.
Olho-me por dentro, tento abrir e descobrir o que guardei nas gavetas mais fundas do meu ser. Umas já não abrem, de nunca as forçar a abrir. Outras, abro, procuro, leio e releio e...e...
Há tanto em nós que está escondido, guardamos em nós tudo. Dá-mos metade.

Perigo para o ambiente...

Necessito urgentemente de vitaminas, energia.Preciso de dormir. Preciso de dormir.
Não consigo dormir.Voltas e mais voltas na cama.
Nas últimas noites...o meu outro lado insiste em memórias que pensava já esquecidas. Imagens escorrem pelos meus olhos. Estou a cair. Estou sem forças. Como quando tinha medo da luz branca. Talvez ainda...
Dói-me tudo. Sinto-me fraca. Sinto-me fria.
Já nem sei o que faço, o meu corpo não reage. E os erros que cometi... nem quero falar!
Não se passa nada...repito vezes sem conta.Não se passa nada. Não se preocupem, não se passa nada.Está tudo bem. Eu estou bem.Estou bem...
Os meus olhos não mentem, pois não?

Não, não estou bem.



(Não digo coisa com coisa. Para não falar nas minhas olheiras, parecem dois buracos do ozono, só com menos perigo para o ambiente, penso eu).

Ora aí está...

"Por vezes, tinha a sensação de ser homem, outra vezes tinha a sensação de ser mulher. Ela tinha estampado no rosto esses dois caminhos em que se bifurcava.
Apesar de não restarem dúvidas de que todas as mulheres eram homens e de que todos os homens eram mulheres, a verdade era que a maioria dos humanos não pensava assim, transformando o sexo numa disputa inglória entre dois seres, a pretexto de uma diferença insignificante entre os seus órgãos genitais. Era uma luta que apenas tentava desfazer a contradição íntima que os dilacerava, o sentimento de serem uma coisa e o seu oposto, simultaneamente".

Uma Ilusão...

" O segredo da vida está em nunca acelerar...Quanto mais devagar andarmos, mais tempo temos pela frente!".

Eduardo Brum, " O Prazer em Pó"

Outono...

Cores quentes das folhas caídas que transportam o frio do vento e a humidade da chuva.
Outono.
Chegou.

Entre dois mundos...

" Se fechares os olhos vês.Porque não é neste escuro do quarto à noite, é noutro escuro.Foi um menino como tu que me explicou isto, sabes? O escuro do quarto à noite e o escuro de fechar os olhos.
São dois lugares diferentes. às vezes são mesmo dois planetas diferentes, porque neste último podes inventar o que quiseres, mesmo coisas que parecem impossíveis."

" Os sonhos são como comboiozinhos de nuvens, passam e às vezes param na cabeça de um menino e deixam lá uma história. Mas essa história é tua, inventada por ti".

Mafalda Veiga, " O carocho-pirilampo que tinha medo de voar".

O poder da nossa mente...

" Os monstros são feitos pela tua imaginação, explicou o menino, és só tu a teres medo, não existem. Se tiveres muito medo eles são maiores e mais horríveis, e se tiveres pouco são pequeninos. É como se a tua cabeça fizesse desenhos para explicar como é o medo que tu sentes, só isso, mas podes apagá-los ou mandá-los embora assim que quiseres".

Mafalda Veiga, " O carocho-pirilampo que tinha medo de voar".

E depois... a realidade...

" Sabes o que é que acontece quando se ilumina um sonho inteiro?

O João acordou feliz."

Mafalda Veiga, " O carocho-pirilampo que tinha medo de voar".

Se fosse assim tão fácil...

"Por isso, a melhor forma de eu sobreviver, parecia-me, era nunca ter nada, para não me afeiçoar às coisas. Ou ter quase nada, para me afeiçoar a pouco. E esse pouco tinha que ser sempre algo que eu pudesse transportar sem esforço para todo o lado. Procedendo desta maneira, nunca ficaria dependente de nada, nem jamais sentiria falta do que quer que fosse. Não poderia haver melhor - nem maior - liberdade".

Eduardo Brum, "Prazer em Pó".

Despedida...

Não me vou esquecer de ti.Não, não vou.Foram meses de risos, de partilhas, de quebras de gelo, de cumplicidade, de carinho, e muito mais, penso eu.
Meu amigo.
Não sei se a vida, o destino nos vai fazer cruzar outra vez, mas até lá... vou ficar com muitas lembranças de ti.Boas.
Sei que queres voar mais alto.apoio-te.Vai.eu vou mais tarde, mas vou.
Meu amigo.
Deste-me a prova: a amizade pode se construir em pouco tempo, desde que haja sinceridade e carinho.Nós.
Orgulho-me de te ter conhecido.vai-me custar ver-te partir.Eu sei.Vivo os últimos dias com a lágrima no canto do olho.escondo.
A noite passada...sei que te querias despedir, mas a nossa alegria de estar juntos, apagou esse momento de tristeza.Foi um momento só nosso.
Hoje estavas com um olhar triste, sei que me queres ajudar.Eu também quero, não o escondo.
Meu amigo.
Adeus.
adeus.
obrigado.
Obrigado.
...
(Life is strange, such joy and pain).

Life keeps tumbling my heart in circles...

Thought you had all the answers
Rest your heart upon
But something happens
Don't see it coming, now
You can't stop yourself

Now you're out there swimming
In the deep
In the deep

Life keeps tumbling you heart in circles
Till you let go
Till you shed your pride and you climb to heaven
And you throw yourself off

Now you're out there spinning
In the deep
In the deep
In the deep
In the deep

Now you're out there spinning
Now you're out there swimming
In the deep
In the deep
In the deep
In the deep


Bird York, "In The Deep".

Há dias que nos sentimos assim:

Uma noite vazia, melancólica...

Há dias que nos sentimos abstraídos do que nos rodeia.
Nada faz sentido,
Os sentidos paralisam.
O tempo corre, corre, corre...
O que é que eu estou a fazer aqui?
Há dias em que só me apetece dizer:
Leva-me para casa...
Hoje quero ir para casa.
Leva-me para longe...

Porque é que o cor-de-rosa da vida não se sobrepõe aos momentos negros da alma...
Porquê?

Uma noite ao relento...

Os polícias são todos iguais. Só temos de mostrar o nosso sorriso mais bonito e dar conversa que eles acabam por perdoar.

Ontem às tantas da manhã, confirmei isso mesmo, apesar de ter de pagar a multa na mesma, porque o Sr. agente que veio dizer-me boa tarde (coitado ele já devia estar a dormir em pé) foi atrás de um homem que não parou e pôs-se em fuga, deixando mulher e filhos para trás, levou os meus documentos e já tinha começado a preencher a porcaria do papel.
Depois de meia hora à espera do Sr. agente que tinha ido gravar uma cena de perseguição, eis que chega com um homem mais para lá do que para cá.
E o que é que ele me disse? Desculpe menina, desculpe eu não me esqueci.
Nem eu, oh estúpido, quando tenho de desembolsar euros da carteira, raramente me esqueço!
O homenzinho que queria ir para o meio do monte com o Sr. agente, pois claro estava com uns copitos a mais e com documentos a menos.

Quando o papel estava a acabar de ser preenchido, o que é que acontece, o que é que acontece? Outro carro pôs-se em fuga. Lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Vou ficar aqui a acampar. Lá foi repetir a cena.
Mais meia hora...
Voltou."Desculpe menina, já termino". O que tu querias sei eu! Quase que me arrancava os euritos da mão.
Vira-se o outro agente:"Oh agente silva, quem havia de pagar a multa eras tu, por a teres feito esperar!".
Enquanto esperava este tempo todo estive na galhofa com os polícias."Menina se ele tivesse deixado os documentos, eu já a tinha mandado embora, e o assunto era esquecido, mas também ele já começou a preencher o papel";" e de onde é"; "O que faz", “para onde vai", etc, etc. piadas e mais piadas. Mas quem ficou a chorar fui eu.

Falando na horizontal...

" Podia parecer uma questão insignificante, mas a posição de uma cama tinha a ver com a forma de cada um estar na vida durante oito horas por dia. Não se podia menosprezar a existência durante tão longos períodos de tempo. Ainda por cima quando se sabia que o sono era fundamental para retemperar forças"

Eduardo Brum, "Prazer em Pó"

o sono já se aproxima...é pena as poucas horas não chegarem nem para temperar, retemperar (ou não sei mais o quê) forças.

Gente com sorte...

...até um dia.

"...Tinha escapado mais uma vez. Até àquele momento, escapara sempre. Habituara-me a medir o risco das situações, abrindo caminho a qualquer preço. Faltava-me saber o que seria de mim na próxima ocasião em que o perigo se atravessasse à minha frente sem piedade".

Eduardo Brum, "Prazer em Pó".